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Freud, ele abriu as comportas

No início deste milênio foi instalada no Brasil a exposição Freud: Conflito e Cultura. Se aqui em nosso país essa exposição foi pacífica, o mesmo não se pode dizer quando ela, primeiramente, ocorreu nos Estados Unidos. Antecederam a essa exposição celeumas e discussões várias em que Freud chegou a receber a denominação de “charlatão”, além de haver comentários de cidadãos eminentes de que a exposição seria a “divulgação de idéias ultrapassadas”. Várias autoridades mundiais se manifestaram contra tal exposição, dentre elas o historiador Peter Swales e o renomado neurologista Oliver Sacks. O clima que antecedeu a essa exposição foi tão negativamente contra Freud que se gastaram dois anos para que fosse possível organizá-la e apaziguar, tanto quanto possível, o forte grupo de pessoas contrário à sua realização. Todo esse colocar de panos quentes não impediu que um dos painéis expostos logo na entrada contivesse a ferina pergunta: “Ele foi um cientista, um escritor, um gênio ou uma fraude?”


Não me cabe aqui tecer comentários profundos sobre Freud, haja vista que sou apenas um esforçado estudante da mente humana. Mas, pelas pesquisas e estudos que realizei sinto-me qualificado para fazer algumas deduções (ainda que superficiais).


Sem entrar no mérito das opiniões das grandes autoridades que tentaram desmoralizá-lo, não o qualificaria jamais de charlatão. Nem diria que ele foi uma fraude.

Acredito que Freud foi um dos elementos mais importantes para descortinar as profundezas do nosso inconsciente. Vejo-o como um engenheiro que, ao analisar as águas paradas de uma represa, conseguiu enxergar o que a superfície escondia: o grande potencial de suas águas profundas. Enquanto satisfazíamos em olhar a superfície, Freud foi além, mostrou que muitos dos nossos atos tinham origens nas profundezas desconhecidas de nossa personalidade.


Comparo-o também a Henry Ford que, com seu modelo T, (hoje ultrapassado) abriu as portas para as máquinas maravilhosas que seduzem qualquer atual amante do automobilismo. Freud construiu para nós o modelo T dos estudos da mente. Assim como Ford tem até hoje seus méritos reconhecidos, do mesmo modo Freud precisa que os dele também o sejam. É verdade que, na mesma proporção que novos carros surgiram, novos e mais profundos estudos da mente ocorreram. Seja como for, não podemos negar que foi Freud que abriu as comportas da, até então, desconhecida “represa” mental e, ao contrário do modelo T - que não mais é fabricado - as deduções e estudos de Freud continuam atualíssimos.


Freud, com seus estudos sobre a ação do inconsciente, descortinou – sem saber e sem ter esse objetivo - a antevisão do ser espiritual.




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