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A importância do auto-amor


Jerônimo Mendonça, orador mineiro, era um otimista. Suas palavras consolaram milhares de pessoas. Nasceu saudável e fisicamente perfeito, mas na fase adulta a vida lhe trouxe enormes dissabores físicos:


Ficou cego dos dois olhos;


Sofreu paralisia total do seu corpo, o que o obrigava a proferir suas palestras sobre uma maca;


Acrescente a estes desafios o fato de sentir imensa dor no peito, conseqüência de angina. Para atenuar sua dor, amigos colocavam sobre o seu tórax um saco com 30 quilos de areia.


Jerônimo tinha tudo para ser infeliz. Mas, altamente espiritualizado, foi um exemplo de vida digna e com significado. Não obstante suas dores, ele aprendeu a se auto-amar.


A seguir um dos seus textos, pois além de ser orador, era escritor (por ser cego, ditava seus textos):


“O homem mais infeliz, é aquele que perde o senso de autocrítica. Senão vejamos:

Há quem lastime não ter uma mansão para residir, no entanto milhões estão dormindo debaixo de pontilhões abandonados.

Há quem reclame, em lágrimas, não ter podido comprar o carro do ano, ao passo que muitos jazem parafusados ao leito da paralisia.

Há quem não se conforme com o bairro humilde em que reside, enquanto centenas de criaturas superlotam os presídios.

Há quem censure a mesa frugal, enquanto milhões de outros irmãos revolvem as latas de lixo à procura de algo para amenizar a fome do estômago atormentado.

Existem aqueles que dizem não suportar o clima de determinada cidade, sem se lembrarem, contudo, daqueles que suportam na pele o chamado “fogo selvagem”.

Muitos mostram defeitos em seus patrões, enquanto centenas de outros irmãos não dispõem de saúde para trabalhar.

Muitos lamentam não poder renovar o guarda-roupa e as sapateiras, enquanto centenas de outros irmãos andam maltrapilhos e descalços, pisando duras pedras pelos caminhos.

Há quem diga não suportar leves dores de cabeça, olvidando aqueles que se encontram soterrados na loucura.

Há quem se impaciente com um simples terçol, enquanto milhões de outros irmãos padecem na cegueira dolorosa.

Outros declaram não suportar o companheiro insensato, ou a esposa infeliz, enquanto milhões de irmãos padecem a prova da solidão.

Pense em tudo isso e certamente, a essa hora a sua dor terá desaparecido”.


Jerônimo Mendonça foi um exemplo de pessoa otimista. Mas, com tanto sofrimento, como ele conseguiu este intento? Desenvolvendo e vivenciando o auto-amor.


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